Por Jonas Paulino - 31 de dezembro
Este foi mais um ano onde os piores mitos foram alçados aos ares brasileiros, com eles a indiferença, o ódio e a morte, estamos em luto contínuo há dois anos. Perdemos mais de 600 mil pessoas em função da COVID-19 e da má gestão daqueles que supostamente deveriam nos prestar socorro. E, muito semelhante ao ano passado, começar o texto dessa forma é algo que me entristece, no entanto, diferente de 2020, a vacina veio e passamos a ter esperanças, lutando sem parar todos esses dias, valentes apesar dos medos, resilientes mesmo quando caídos, fortes perante inimigos invisíveis e outros que se aproveitaram de nossa inocência.
Pessoas e instituições nos seduziram utilizando a facilidade proporcionada pelas mídias sociais e trouxeram à tona tudo que há de ruim dentro da gente, o pânico moral facilitou a pilhagem de recursos públicos, enriquecendo ainda mais empresas e, de quebra, enfraqueceu a democracia. No entanto, também igual ao ano passado, continuo sonhando com dias melhores e, mais do que nunca, sinto forças para lutar, vindas de lugares que descobri só recentemente, estou junto dos meus e de todos que vieram antes de mim, sinto minha ancestralidade, não estou só, não estamos sozinhos.
Todavia é muito relevante fazer das últimas palavras publicadas esse ano uma breve retrospectiva do que se passou no blog, que se comparada com 2020 foi bem mais singela, naquele ano tivemos 30 publicações, neste foram apenas 13. Lembrando que a quantidade pequena aconteceu única e exclusivamente por falta de tempo deste que vos escreve, já que recebi dezenas de textos vindos não só desta região maravilhosa que é o Cariri, mas também de todo o Nordeste; sobre isto, MINHAS DESCULPAS E MEU MUITO OBRIGADO!
Dos doze textos publicados esse ano tivemos reportagens, críticas musicais, cultura pop, textos de opinião, diários, poesias e conto. Começamos o ano em fevereiro com o texto de Rafael Ferreira, que é pesquisador das relações étnicos culturais da população negra na produção do espaço geográfico caririense, com o texto: CRATO: UMA ÁFRICA VIVA; cuja relevância é extraordinária, dada a necessidade de rever nossa história, sempre muito mal contada por herdeiros brancos de terras roubadas. Em abril Weverton da Silva publica o texto: EXTRA! EXTRA! JORNAL DE BORDA CHEGA AO CARIRI; nos contando sobre a última publicação do Jornal anarquista O Borda, que circulou pelo Brasil durante seis anos. Yslia Alencar, maior colaboradora este ano, nos brindou com três textos, duas poesias: COLUNA YSLIA ALENCAR - PARTE 01 (COTIDIANO POÉTICO) e O TUDO-NADA, publicadas em abril e maio, e um texto de opinião derivado de seus escritos acadêmicos: CORONELISMO E POLÍTICA NO INTERIOR, gratidão dona Yslia.
Ainda em abril houve a publicação de uma crítica musical intitulada: $IGNO - SOUL RATEIRO VOL. 2. CRÍTICA, escrita por Jonas Paulino, sobre o excelente disco de Trap produzido por $igno. No mês de maio finalmente saiu mais um conto, ou melhor publicamos uma breve apresentação, mais prólogo e capítulo um, escrito pelo Tarciano Filho: A ÚLTIMA JORNADA DE TAIÚNA, um texto ficcional contando a história da última guerreira do povo Cariri, e escreveu crítica sobre uma das séries de animação mais interessantes deste ano: CASTLEVANIA E A ADOLESCÊNCIA. No mesmo mês também teve a cobertura de um ato contra o governo atual: NO CARIRI O DIA 29 DE MAIO FOI A RETOMADA ÀS RUAS DE MANIFESTAÇÕES CONTRA O GOVERNO BOLSONARO, escrito por Amara Medeiros, mesmo com medo as pessoas foram às ruas por todo país, aqueles foram os primeiros gritos fortes contra as insanidades do governo começado em 2019. Em setembro tivemos o texto: ONE LOVE E SATÍRIKA NÚMERO 39, NO MARIA FUMAÇA, escrito por mim, Jonas Paulino, sobre o lançamento do número 39, da revista Satirika. Ainda em setembro tivemos o a publicação do terceiro edição de: UMA ANSIOSA EM QUARENTENA, escrito por Larissa Carneiro, fechando muito belamente seus diários sobre o tema. Em dezembro Felipe Bispo publica pela primeira vez aqui no blog, com o texto: É POSSÍVEL FAZER DIETA E TER SENTIMENTOS? Uma leitura interessantíssima sobre a vida fitness e seus entornos. E por fim tivemos o texto de Kayran Freire, uma retrospectiva sobre este ciclo que termina: 2021, UM ANO NO MEIO DO CAMINHO.
Em 2022 o blog continua, com algumas novidades, no mais, espero sinceramente um ano menos ruim, que nele possamos encontrar paz, que voltemos a nos fortalecer, que a vida prospere com dignidade, e que seja o último ano desse maldito desgoverno. Força, meu povo!