Por Kayran Freire - 11 de fevereiro de 2020
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Na lareira das pedras desarrumadas
Correm a pé ou em bikes
136 deslikes
600 árvores queimadas
Mil corações apertados
136 empréstimos consignados
Produto vendido sem lastro
Papel alumínio, saco de plástico
No embalo do blues trágico
Acabou o brilho, sumiu o menino
Com medo do enquadro
Medo da natureza
Tempestade e RAIO
Lá naquela quebrada
Eu vi 136 balinhas no mato
Enfiadas, húmidas e embrulhadas
Imitando o relevo paraguaio
Imitando o bandeirante João Ramalho
Abaixo do sol com cheiro mais forte que alho
Amargo.
Prensa de queijo aperta, comprime copiando a arquitetura ao lado
No histórico vale entre os campos e o pequeno cerrado
Próximos dos jardins de Badzé
No final de tarde dourado
Queima igual fumaça do incenso, densa, tenso.
Veio do barro
Repousa no seio da terra do Crato
Atende toda bacia do Salgado
Sem questionar certo ou errado
São quantas? Só uma.
Já passam das tantas
Entoarei mantras
Pra evitar os dramas
De viver enfrentando as infâmias
De um mundo dividido linha por linha
Matando o coletivo e transformando tudo em "balinha"