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Minhas raízes estão na minha cabeça

  • Foto do escritor: Rodrigo Manfredini
    Rodrigo Manfredini
  • 7 de out. de 2019
  • 1 min de leitura

Atualizado: 30 de jul. de 2020

Por Rodrigo Manfredini - 07 de outubro de 2019


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Eu passo na rua fechando os olhos como que quero fechar os ouvidos

O movimento sutil do piscar os olhos nos proporciona isso (de fechar os olhos com discrição)

Já com os ouvidos, não

Como fechá-los sem utilizar as mãos?


Quem me dera que essa rua, que essa rua fosse minha

Fosse só minha não, fosse nossa, as Outras

Que os comentários não passassem do ato curioso de uma criancinha dizendo:

"Olha o cabelo daquele menino"

Por mais que esse ato curioso, muito provavelmente, já esteja por demais contaminado de preconceitos.


Ontem, numa aula sobre corpos, pedi aos estudantes que desenhasse uma parte

Grande parte desenhou olhos

E eu fiquei pensando, sem conseguir formular bem, mas fiquei pensando

E agora, na rua, me veio que o olhar é, muitas vezes, nosso primeiro "contato" com as Outras.


Então, fiquei pensando sobre os olhares recebidos na rua

Pensando sobre o que os move

E tenho pensado que, talvez, há mais violação neles do que curiosidade

Na ausência do discurso oral, o que a boca não fala, o olhar diz.


E tenho pensado que, se um dia arrancarem de mim meu cabelo, eu hei de morrer em vida.

2 comentários


andreferreirasaraiva
07 de out. de 2019

Olhar, ouvir, sentir, pensar, viver...em fim morrer vivendo!

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Liete Nascimento
Liete Nascimento
07 de out. de 2019

Eu amo tanto esse homem e a forma com que ele me toca com palavras. 😍

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