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AUTODEFINIÇÃO

Atualizado: 13 de set. de 2021

Por Janaina Figueiredo - 11 de janeiro de 2020


Esse lance de autodefinição é bem maluco. É tão difícil falar de nós mesmos, de quem somos, como somos ou como gostaríamos de ser, que deixamos isso quase sempre de lado, que as pessoas façam isso por nós. É uma tarefa árdua. Eu sendo 'doida' geralmente mexo comigo, me cutuco, me reviro, mexo com meus "Eu's" e acho deliciosos os textos em primeira pessoa. Não os meus, confesso. Não é para que as pessoas me conheçam melhor, muito menos para que saibam de algo que ainda não identificaram, perceberam, mas é por querer e gostar mesmo da coisa toda.

Culpa do disco, da música. Eu nem pretendia mais postar nada além da música do Foo Fighters, mas toca a música e pá. Vontade louca e deliciosa de escrever. E toda vez que sinto necessidade de palavra, paro tudo que eu estiver fazendo nem que seja por dois minutos. Peço licença e saio de mansinho para ir acordar a ideia boba que me aconteceu. Coisa de tolos. Que seja! Pego o papel mais próximo, pois quase sempre o tenho em volta, assim como tenho também uma caneta preta, de preferência. Sempre foi assim, mesmo antes de eu decidir fazer as 'Letras da vida'. E creio que assim será por um bom tempo, se minha passagem for duradoura por aqui. Esse é sempre o nosso desejo. Vida longa e doce, tão doce quantos os sonhos, pois mesmo que acabe os sonhos, ainda tem pão doce. E caso um telefone ou um teclado de computador não me seja possível no momento, eu dou meu jeito, me viro, mas escrevo sem procrastinar.

É como se em milésimos de segundos eu explodisse, caso não o fizesse. Coisa de gente louca, gente! Há quem diga que tenho um parafuso a menos ou a mais na minha cabeça. Escuto coisas do tipo: “Você não tem papas na língua; você é bem teimosinha; És muito destemida, abusada; Você não tem medo de ninguém." Calo e penso: Aprendizado, resiliência, vivência, apenas. Eu me divirto com isso, sorrio discretamente ou exageradamente dependendo de quem faça tais considerações. Pode ser que os meus amigos(as) tenham realmente razão. Eu me acharia uma estranha se eu agisse diferente da forma como costumo agir, talvez. Será que minha estranheza me faz um ser anormal ou normal!?! Sinceramente eu não sei. E os prejulgamentos que fazem ao meu respeito, sinceramente nunca foi e nem será problema meu.


Eu tenho manias estranhas como andar rápido na rua, com ar sério para quem não conheço, sem olhar pros lados ou pra trás. Eu também tenho vontade de dá uma voadora "mil grau" em quem anda devagar na minha frente!!! (Risos)...Sempre ou quase sempre estou mexendo em algo, seja no cabelo, na bolsa, ou em algum objeto que esteja ao alcance fácil de minhas mãos. É algo natural que me ocorre. Dizem que isso é típico de pessoas ansiosas. Mas eu acho que no meu caso, pode ser além disso. Eu tenho é sede das coisas. Sede de sentir as coisas, sede de ser e de estar sendo. É uma sede que nunca cessa. É como se o excesso nunca me fosse o bastante. Tudo o que tenho, que sinto não é o bastante. Que coisa louca, não!?! Como no conto da Clarice, "talvez eu fosse presa por algum motivo". Eu seria, certamente por muitos motivos, inclusive "se eu fosse eu."

E numa manhã de sexta-feira em que o céu se pinta de cinza, chega a ser engraçado como vida às vezes nos parece cômica. E é. Ela nos prega cada peça! E como postei outro dia, ela nada mais passa de uma peça de teatro pregando peças bizarras em nós. Conviver com o 'bizarro', com o que não nos é comum parece difícil, estranho e muito complicado, excetuando para àqueles que sempre têm ou sempre tiveram atração mínima ou excessiva pelo diferente, pelo que demasiadamente é fora dos padrões. Quando percorremos uma estrada nos deparamos com vários atalhos pelos caminhos. Direita, esquerda. E dependendo do destino, tomamos este ou àquele atalho.


Com nossa vida é semelhante em partes. Na estrada podemos dá a curva no carro a qualquer hora e tomar outro atalho, caso nos percamos. Com as nossas decisões seria muito simples se assim fosse. E não adianta revirar a caixinha da memória em busca de uma explicação lógica. Certas coisas não têm explicação, muito menos fundamento. E que não tenha. Eu não me importo. Não vale a pena tentar descobrir. Como diria Dostoiévski, " há coisas que o homem revela aos amigos, há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. E há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio"... Eis uma verdade! Mesmo sabendo que não existem verdades absolutas.


É deveras perigoso pensar nas coisas. Embora seja prazeroso, todas às vezes que pego a pensar, tenho o ímpeto e o susto do que pode me ocorrer nos minutos seguintes. O instante "it" das conclusões a que eu possa chegar. Se bem que algumas vezes elas nem são atingíveis. E numa fração de segundos tudo se evapora. As recordações de minutos atrás, a imaginação e o que contém, a personalidade, simplesmente tudo. E sem perceber evapora-se uma vida inteira. É como se continuamente eu tivesse sentido que fui outra, que senti outra, e a partir de então, serei outra. É esse o momento que preciso contar com um apoio que chega sem a presunção do pedido sincero, amável e eterno. É nesse instante que devo me movimentar num espaço cujo tamanho me sirva. Logo alcanço meus limites com as próprias mãos. Nele me instalo e vivo com a integridade possível. Só assim não perco a fé por constatar o óbvio: Tudo é provisório, inclusive nós...

 

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